Hiperplasia Prostática Benigna - HPB
O crescimento benigno da próstata é uma das principais afecções do homem após 50 anos de idade, acometendo cerca de 50% dessa população. Apresenta relação com fatores genéticos, hormonais e principalmente com o próprio envelhecimento. Parcela significativa dos acometidos apresentam sintomas como redução da força do jato urinário, sensação de esvaziamento vesical incompleto, necessidade de esforço para iniciar a micção, jato urinário partido e necessidade de ir várias vezes ao banheiro à noite.
O diagnóstico pode ser realizado através de avaliação clínica, exame físico através do toque retal e exames complementares. O exame de PSA, juntamente com o toque retal são essenciais para afastar a possibilidade de câncer de próstata, o qual não apresenta correlação com HPB. A ultrassonografia (USG) é o exame inicial de escolha, pois além de avaliar o volume prostático, que normalmente é em torno de 30g, pode também evidenciar algumas alterações que sugerem que a doença esteja comprometendo o esvaziamento da bexiga.
Podemos utilizar a urofluxometria para ter uma noção de como está o fluxo urinário do paciente. Porém apenas com o estudo urodinâmico completo é que se pode avaliar com mais detalhes as causas e a gravidade das queixas urinárias. Apesar de serem importantes na avaliação, não são essenciais para o diagnóstico e tratamento. O tratamento pode ser medicamentoso ou necessitar de cirurgia, que pode ser endoscópica ou aberta. Essa decisão terapêutica varia com o tamanho da próstata, queixas do paciente, alterações em exames complementares e grau de resposta à terapia medicamentosa.
Dúvidas Frequentes
NÃO! A cirurgia que pode levar a disfunção erétil é a do câncer de próstata. Na cirurgia para HPB só é retirado a parte interna da próstata, diferente da cirurgia no câncer de próstata, em que se retira a próstata inteira e as vesículas seminais.
SIM! A progressão do aumento prostático sem tratamento pode levar a um quadro de retenção urinária aguda, que leva muitos pacientes a procurarem a emergência hospitalar por dor progressiva e intensa, muitas vezes sendo visível e palpável a bexiga repleta de urina. Nesses casos torna-se necessário o esvaziamento vesical através de sondas vesicais e posterior tratamento definitivo.
A retenção crônica de urina na bexiga pela obstrução prostática, leva a uma maior concentração de substâncias responsáveis pela formação de cálculos como oxalato e ácido úrico. A maior susceptibilidade para infecção urinária nestes pacientes também predispõe a formação de cálculos.
SIM! Quando a hiperplasia prostática se torna obstrutiva, o resíduo urinário retido na bexiga cronicamente facilita a proliferação bacteriana e consequentemente infecção do trato urinário.
SIM! A próstata quando aumentada de volume geralmente apresenta maior vascularização pelos fatores de crescimento envolvidos. Esses vasos superficiais são sujeitos a erosão e ruptura, muitas vezes causando sangramentos volumosos, com necessidade de intervenção cirúrgica de urgência.
SIM! Em casos de obstrução grave crônica, elevações da pressão dentro da bexiga no momento da micção, podem ser transmitidas para o rim através de refluxo com lesão renal.